Notícias

Pró-Sangue lança Projeto Bem-Me-Quer

A atuação da Pró-Sangue não se limita à doação de sangue e produção de hemocomponentes para terapia de pacientes. Num estreito compromisso com a ciência, a instituição também realiza, de forma sistemática, pesquisas relacionadas ao sangue.

Dentre um dos trabalhos recentemente desenvolvidos, cabe destacar o estudo empreendido pela Divisão de Imunohematologia da Fundação voltado à identificação de anticorpos anti-eritrocitários*, que se apresenta como um assunto de grande relevância para a medicina obstétrica.

A proposta visa reduzir o subdiagnóstico e incorreto manejo de casos de doença hemolítica do feto e recém-nascido (DHFRN), um quadro clínico no qual os anticorpos da grávida destroem os glóbulos vermelhos do bebê. Tal complicação obstétrica registra maior ocorrência em mulheres com fenótipo RhD negativo.

Bem-me-quer

Anualmente, a Pró-Sangue recebe cerca de 60 mil doadoras com idade inferior a 55 anos. Preocupada em zelar pela saúde do público feminino, a Fundação desenvolveu o Projeto Bem-Me-Quer. O objetivo da iniciativa é identificar as mulheres em idade fértil que apresentem fenótipo RhD negativo, para as quais cabe a indicação da imunoprofilaxia anti-D com globulina anti-D (Rogan®), durante o período de gestação.
No Brasil, mais de 80% dos casos de DHFRN por anti-D ocorre por falha na indicação e aplicação da profilaxia. Diante desse cenário e dentro de uma estratégia de confronto à doença, o Projeto Bem-Me-Quer pretende notificar as doadoras da Pró-Sangue em período fértil, que sejam portadoras de tal fenótipo. A ideia é que cada uma receba um laudo, acompanhado de uma carta com orientações sobre a imunoprofilaxia, que poderão ser apresentados a um obstetra, na eventualidade de uma gestação.

(*) Em linhas gerais, os anticorpos eritrocitários são formados quando um indivíduo recebe, por transfusão ou gestação, hemácias com antígenos diferentes, que o organismo reconhece como sendo não-próprios e, portanto, incompatíveis.